A escola atual se depara com inúmeros desafios impostos pela sociedade contemporânea. Esses desafios de ordem estrutural implicam diretamente na aprendizagem dos alunos e conseqüentemente na consolidação de um projeto de educação de qualidade. Os nossos estudos nos fez constatar que um dos aspectos relevantes na busca de uma educação de qualidade diz respeito à organização do sistema escolar, a qual traz como eixos principais a reestruturação e reconstrução dos currículos escolares e a compreensão acerca das práticas pedagógicas dos professores.

Nesse sentido, quando queremos uma educação de qualidade faz-se necessário algumas indagações: qual o currículo adotado pela escola? Como os professores pensam, elaboram e executam os currículos escolares?Qual Teoria e Tendência Pedagógicas a escola adotou? Como estão registradas nos documentos das escolas essas teorias e tendências pedagógicas?

Essas indagações devem ser o ponto de partida para as reflexões que estão direcionadas para a construção e reconstrução dos nossos projetos educativos dentro e fora das salas de aula. No entanto, o que constatamos nas escolas é a ausência de rumos pedagógicos bem definidos e teorizados.

A nossa vivência na educação nos permitiu verificar que há uma indefinição teórica e prática por parte da escola e do professor. Por isso, a reestruturação do sistema escolar com vistas a uma educação de qualidade depende dentre outras questões da tomada de consciência acerca de quem somos enquanto escola, comunidade e profissionais da educação. Para isso o ponto central é a discussão em torno da organização curricular e das práticas pedagógicas docentes.

Os currículos escolares tradicionais ainda persistem nas nossas escolas e em virtude disso, nós professores, nos deparamos com inúmeras dificuldades, as quais se constituem como obstáculos a nossa prática docente, além de comprometerem o processo ensino-aprendizagem.

Precisamos ter uma identidade profissional e um compromisso social que parta primordialmente do compromisso ético com a mudança social e com o desenvolvimento integral do ser humano. Enquanto profissionais da educação devemos ter uma postura essencialmente ética e crítica que ultrapasse as nossas posições políticas e econômicas. Essa postura ético-crítica deve ser essencialmente coletiva e comprometida com a formação de cidadão críticos e reflexivos, que possam lidar com todos os avanços da sociedade contemporânea.

Infelizmente, os resultados apresentados nos exames nacionais de avaliação da aprendizagem nos mostram dados educacionais entristecedores, pois comprovamos que os nossos alunos não estão conseguindo consolidar sequer as aprendizagens básicas, como ler, escrever e interpretar. Diante destes dados qual o nosso papel como educadores?

Em nossa pesquisa de Mestrado a nossa preocupação com uma educação de qualidade nos levou também ao aprofundamento teórico e metodológico acerca desta problemática. O nosso Mestrado em Educação está filiado a Linha de Pesquisa Currículo e Práticas Pedagógicas, pois compreendemos que esta Linha de Pesquisa nos deu a capacidade de entendermos todos os problemas que afetam a educação escolar, desde a organização dos sistemas e projetos educacionais a elaboração das metas e objetivos de ensino, que busquem a construção de uma educação de qualidade. Portanto, o nosso compromisso com uma educação de qualidade é também uma questão de pesquisa científica.

Desta forma, uma das nossas funções como Mestre em Educação será promover discussões e reflexões que contemplem também os currículos escolares e as práticas pedagógicas dos professores, com vistas à construção e reconstrução de sistemas educativos que consolidem efetivamente o projeto maior, que é uma educação de qualidade. O nosso projeto maior párea a Educação está respaldado no compromisso ético da nossa formação como Mestre em Educação.

Escrito por Divoene Pereira - Pedagoga, Professora e Mestranda em Educação pela UFRN.

Postado por Divoene Pereira - no Blog do Geovani -