Divoene no momento em que dialogava com o grande Mestre Michael Apple. "Este momento ficará para sempre guardado em minha memória. Vi diante de mim a simplicidade de um gênio da educação mundial. Obrigada professor Apple pelo carinho, respeito e seriedade com que respondeste a minha pergunta e obrigada a minha orientadora por confiar em meus discursos e em minhas lutas educacionais ." Comentou emocionada Divoene.

Na oportunidade Divoene Pereira, acompanhada dos amigos professores e pesquisadores: Francisco Canindé da Silva (professor da UERN, mestrando em Educação pela UFRN e orientando da Professora Dra. Rosa Aparecida Pinheiro), Aldeci Fernandes e Cleide Monteiro, apresentaram seus trabalhos e participaram dos eventos promovidos no V Colóquio.

O ponto alto do V Colóquio foi à presença de um dos mais importantes pensadores da Educação Mundial, o norte-americano Michael Apple, o qual após a palestra que proferiu concedeu a educadora Divoene Pereira, a oportunidade de dialogar e fazer-lhe perguntas, perante uma sala lotada de estudantes da pós-graduação (mestrandos e doutorandos) e com uma seleta plateia de professores, que indicava a qualidade do palestrante convidado. Divoene Pereira dialogou com o professor Michael Apple falando da pesquisa que desenvolve no Mestrado e recebeu do grande Mestre em Currículo incentivo e apoio nesta caminhada como pesquisadora. Divoene Pereira declarou ao blog: "Tenho consciência da importância da minha fala naquele momento. Eu estava ali falando a favor de um Currículo Crítico que transforme a vida das pessoas oprimidas. A minha satisfação foi maior quando ouvi o professor Michael Apple parabenizar o nosso trabalho e estimular a continuidade das nossas investigações. Agradeço a Deus acima de tudo por me propocionar momentos tão valiosos à minha formação como Mestre em Educação e a minha querida professora Dra. Rosa Aparecida por todo o apoio e pelas sábias orientações. " Concluiu Divoene Pereira.

Michael Whitman Apple nasceu em Patterson, nos Estados Unidos, no ano de 1942. Descendente de imigrantes russos, membro de uma família pobre de trabalhadores, engajou-se politicamente, primeiro no ambiente escolar e posteriormente no contexto acadêmico. Sua concepção pedagógica é fruto de sua convivência com um ambiente periférico e, depois, com um meio mais elitista, após a realização do mestrado e do doutorado no Teachers College da Columbia University.

Quem pensava que esse encontro seria como tantos outros marcado pelo estrelismo do convidado ilustre se surpreendeu com a simplicidade do professor Michael Apple, que nos deixou uma das mais importantes lições, quando falou a favor da Pedagogia Crítica, que cuida da libertação dos oprimidos, dos desfavorecidos, dos explorados pelas elites dominantes. Em sua fala Michael Apple convocou os movimentos sociais à engajaram-se na luta pela educação crítica, falou da exploração neoliberal e da necessidade de um Currículo, que transforme a condição de exploração por que passa os homens e as mulheres pobres do mundo.

Michael Apple, acadêmico da Universidade de Wisconsin e autor de algumas das obras mais relevantes da educação nos últimos anos, como “Ideologia e Currículo”, “Educação e Poder”, “Professores e Textos”, “A Escola Democrática”, “Educando à Direita”, “Política Cultural e Educação”, é acima de tudo um homem sem o vedetismo que sua presença poderia a princípio supor. Vestido de forma sóbria, com sua voz firme, de quem realmente sabe o que está falando, Mr. Apple foi incisivo em suas declarações. Sem medo de causar polêmicas ou reações contrárias. Revelou-se ainda admirador e partidário da obra de nosso mais célebre educador, Paulo Freire. Esse é Michael Apple, que defende o saber não como algo dado, mas sim enquanto uma realidade que deve ser criticamente examinada. A sua concepção rompe com a concepção até então dominante da educação. E vai mais além, pois busca nos conceitos de ideologia, hegemonia e senso comum desenvolvidos pelo marxista Antonio Gramsci, o necessário suporte para traduzir, nos mesmos termos, sua visão da educação. Este arsenal é extraído especialmente das teorias críticas.